Como prevenir o uso de drogas no condomínio
Da Redação do LicitaMais: Não importa a classe social ou região do país, o tema “drogas” está sempre presente nas principais discussões da nossa sociedade. De acordo com relatório do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes – UNDOC, o Brasil possui hoje 870 mil usuários de cocaína, enquanto o consumo de maconha no país cresceu cerca de 160% em um período de quatro anos.
Frente a este cenário, não é difícil imaginar que os condomínios não estão imunes a este tipo de problema. O uso de drogas por moradores é um assunto que muitos síndicos já tiveram que lidar e, muitos outros, ainda poderão enfrentar.
A incidência do uso de drogas dentro de condomínios não é pequena e, na maioria dos casos, acontece entre os moradores jovens. É comum que estes optem por consumir a droga dentro do condomínio onde moram, já que é um local onde se sentem seguros e protegidos. Além disso, muitos condomínios possuem grandes áreas de lazer com espaços como bosques e quadras, que são os locais utilizados quando jovens querem utilizar.
Um outro motivo que faz com que o condomínio seja um local considerado “seguro” pelos jovens é o fato de muitos pais acharem que, pelo fato de os filhos estarem dentro de casa, não há perigo. Porém, muitas vezes, o perigo pode estar está ali dentro.
Papel do síndico
Quando ocorre alguma ocorrência do tipo dentro das áreas comuns dos condomínios, as dúvidas começam a surgir. Como o síndico deve agir? O que fazer com estes jovens?
De acordo com Sergio Luiz Medeiros, fisioterapeuta e palestrante de temas relacionados à segurança do trabalho e prevenção ao uso de álcool e de drogas, é importante ficar atento ao fato de que o síndico deve intervir se o uso de drogas estiver sendo feito dentro do condomínio.
“Se o uso da droga estiver sendo praticado dentro das áreas comuns do condomínio, os usuários devem sim ser advertidos e, se forem menores, seus pais devem ser comunicados”, afirma. Medeiros aconselha que a advertência deve ser feita oralmente, seja para os usuários ou para os pais no caso de menores de idade.
Apesar de a advertência ser necessária, existem casos onde uma boa conversa com os jovens pode ter mais eficácia do que a advertência. Há condomínios onde o síndico lida com essa questão através de conversas e levando ao prédio palestras sobre o tema.
Porém, o uso de drogas dentro das áreas comuns do condomínio pode se estender por muito tempo até que o ato seja descoberto. Para evitar este tipo de situação, Medeiros ressalta que é importante que os funcionários do condomínio sejam capacitados para identificar situações onde pode estar ocorrendo o uso de drogas.
Prevenindo
Como nenhum condomínio está livre de se deparar com casos assim em suas dependências, a prevenção deste tipo de ato pode ser a melhor forma de atuar. De acordo com Sergio Medeiros, a informação é a melhor arma para prevenir o uso de drogas em qualquer lugar, seja na rua ou no condomínio e, para isso, levar campanhas e palestras anti-drogas para os condomínios são as melhores formas de agir.
O palestrante dá ainda algumas dicas na hora de escolher o melhor caminho na hora de iniciar uma campanha ou palestra. “Muitas vezes as autoridades policiais não são as mais indicadas para tratar desse assunto, pois podem não possuir o preparo adequado para esse tipo de palestra e podem acabar constrangendo a platéia”, explica.
Medeiros lembra ainda que deve haver cuidado ao levar algum ex-usuário para dar seu depoimento, já que muitos adolescentes podem ver que a pessoa usou drogas e está bem hoje em dia e, por isso, podem imaginar que a droga não é tão prejudicial assim. “Recomendo sempre um profissional da saúde para tratar deste tipo de assunto”, afirma
A utilização de câmeras de segurança nas áreas comuns também é uma ótima forma de inibir comportamentos inadequados como o de uso de drogas.
Porém, de acordo com a psicóloga Daniela Carvalho, a instalação de câmeras de segurança no condomínio deve ser um tema amplamente discutido nas assembléias. “Esta é uma questão muito delicada no que diz respeito à privacidade, e por isso deve ser bem colocada nas assembléias a importância da existência, principalmente, no que diz respeito à segurança”, garante Daniela.
Criar um mural na área comum do condomínio, expondo matérias, panfletos e artigos sobre o problema do uso de drogas também é um exemplo de atitude preventiva, afinal, informação nunca é demais.
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