Dengue ultrapassa os números de 2010 e 2009
O ano de 2011 mal começou e a dengue no Rio cresce em ritmo acelerado. Em menos de três meses já foram notificados 8.315 casos da doença na cidade. O número é bem maior que os registrados ao longo dos anos de 2009 e 2010 juntos, que quando somados, foram 5.843 notificações.
Infectologista da UFRJ, Edimilson Migowski, considera a situação alarmante. Além disso, segundo ele, o número real de infectados provavelmente é bem maior que o de notificados. Ele alerta que pode ser algo em torno de 30 vezes maior ao número de casos notificados, já que apenas uma pessoa em cada 10 tem o seu caso notificado e, a cada 100 pessoas que são infectadas, apenas um terço tem sinais e sintomas da doença.
A secretaria municipal de Saúde listou 12 bairros que apresentaram critérios de alerta para surto da doença: Pedra de Guaratiba, Barra de Guaratiba, Saúde, Catumbi, Bonsucesso, Anil, Centro, Cocotá, Acari, Santo Cristo, Rio Comprido e Santa Teresa. No entanto, nesta terça-feira, 22/3, a mesma secretaria soltou uma nota esclarecendo que, “desde o último mês, há tendência de redução no número de casos de dengue, reforçada ainda com o encerramento do verão”.
Por isso, não considera mais nenhuma região “com características de alerta para surto”.
Uma das causas para o aumento de casos pode ser a volta do vírus do tipo 1 da doença, que causou estragos no fim dos anos 80. Segundo Mugowski, a população se renova e tem uma massa crítica de pessoas vulneráveis a esse tipo de dengue, principalmente crianças e adolescentes, que não tiveram contato com esse vírus.
Comunicado sobre o vírus tipo 4
A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) informa que foi confirmada a presença do sorotipo 4 do vírus da dengue no Estado do Rio de Janeiro. Duas moradoras de Niterói – duas irmãs de 21 e 22 anos – infectadas apresentaram os primeiros sintomas em 6/3, mas já se recuperaram e estão evoluindo bem, em sua residência. A identificação do vírus foi feita por meio de exames laboratoriais realizados pela Fiocruz e a confirmação só ocorreu nesta quarta-feira 23/3. Como nenhuma das duas pacientes viajou recentemente, a investigação preliminar dos casos aponta para possível transmissão autóctone (dentro do Estado).
A Sesdec esclarece que já foram tomadas as medidas regulares de bloqueio e de investigação epidemiológica. É importante salientar que não há motivo para pânico. A Secretaria ressalta que os sinais e sintomas do paciente infectado pelo vírus 4 não diferem daqueles causados pelos sorotipos 1, 2 e 3, assim como as recomendações médicas e o tratamento são iguais para qualquer paciente com dengue. A Sesdec lembra ainda que não existe nenhuma evidência de que o sorotipo 4 seja mais letal ou que apresente maior gravidade dos casos em relação aos demais subtipos.
A Secretaria informa ainda que mantém 150 militares do Corpo de Bombeiros, para Niterói, para auxiliar os agentes municipais de endemias, na busca por focos do mosquito Aedes aegypti. Além disso, será mantido o controle do vetor com o Ultra Baixo Volume (UBV), mais conhecido como fumacê, em bairros do município.
A Sesdec lembra que Niterói apresenta, desde o início do ano, 604 casos suspeitos da doença – uma taxa de incidência de 123,9 casos por 100 mil habitantes e nenhum óbito pela doença.
Fonte: Secovi Rio
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