BB quer financiar 20% da demanda do Minha Casa 2

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De acordo com o diretor de Empréstimos e Financiamentos, Gueitiro Matsuo Genso, até 2014 o Banco do Brasil (BB) pretende atender 20% da demanda por crédito provocada pelo Minha Casa, Minha Vida, tanto da produção, como do comprador final, somadas todas as faixas de renda.

Para tanto, o BB tem um trunfo na manga: a maior carteira de pessoas físicas do país, formada por 56 milhões de correntistas, dos quais 10 milhões são funcionários públicos. “Nos últimos seis meses, o crescimento do crédito do BB para pessoa física equivale ao dos concorrentes da iniciativa privada, como do Bradesco, por exemplo. O desempenho pode ser creditado ao direcionamento adotado pelo BB – o foco específico para cada uma das suas operações”, diz Matsuo Genso.

É justamente para ajustar o foco que somente no segundo semestre de 2011 o BB “entrará para valer” na oferta de crédito para as faixas de renda de até R$ 1.600, conforme explica o diretor de Empréstimos e Financiamentos do banco. Na primeira fase do programa – quando o teto da base do Minha Casa equivalia a R$ 1.395, o banco não operou nestas faixas.

“Para crédito às demais faixas do Minha Casa, o BB já financiou 20 mil unidades, o que representa por volta de R$ 1 bilhão. Para este tipo de demanda, o banco está preparado e domina perfeitamente todo o processo. Para as faixas de até R$ 1.600, estamos aprendendo agora com a Caixa Econômica Federal. A partir de julho, estaremos preparados”, afirma Matsuo Genso.

O diretor do BB acrescenta que, em relação ao crédito à produção, para todos os casos o ‘foco’ está bem definido: “O BB tem perfeitamente ajustado o foco de empréstimos imobiliários para pessoas jurídicas. É possível chegar a R$ 5 bilhões rapidamente”, antecipa.

Desempenho – Considerando que o governo pretende, para a segunda fase do Minha Casa, a oferta de dois milhões de moradias até 2014, é de entender que o BB prevê financiar 400 mil unidades habitacionais do programa, em dois anos.

Ainda, tomando por base o volume de R$ 1 bilhão para os 20 mil imóveis já financiados, a conta leva a concluir que, até 2014, o BB prevê destinar por volta de R$ 20 bilhões para a produção e a compra de imóveis, somente no âmbito do Minha Casa, Minha Vida.

“Não é bem assim. É impossível fazer a estimativa com uma conta cartesiana. O valor a financiar tem variáveis. Depende do município de localização do imóvel e da faixa de renda do pretendente, entre outros”, rebate Genso.

Inadimplência não assusta – Em função dos últimos dados, que apontam aumento da inadimplência, Matsuo Genso não vê riscos para o mercado imobiliário. “A preocupação do mercado é com o consumo, com a compra de outros bens que não o imóvel. De forma geral, a prioridade de pagamento recai sobre quitar o que a família mais valoriza, e até hoje o bem familiar mais valorizado é a moradia”.

Na análise de Matsuo Genso, priorizar o pagamento da moradia é verdade também para as faixas de baixa renda, atendidas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

“Historicamente, priorizar a moradia é tradição em todas as camadas sociais. Por outro lado, nas faixas anteriormente definidas como as de renda familiar de zero a três salários não existe a figura jurídica de comprador”, diz ele.

“O benefício é concedido à pessoa física, com percentual importante destinado às pessoas que moram em área de risco, e precisam ser remanejadas. Tal benefício complementa o valor a ser pago à construtora, ou seja, é liberado pelo banco para a construtora, no mesmo momento da liberação do financiamento”, explica o diretor do BB.