Letras expostas em embalagens de chuveiro não classificam economia energética
Extra
À procura de um chuveiro novo que reunisse qualidades indispensáveis — como economia de energia, bom aquecimento e boa vazão —, o jornalista José Pires, de 38 anos, ficou desapontado ao encontrar à venda apenas modelos com o selo D, do Inmetro.
— Não tinha A para vender e tive que levar o D, mesmo achando que não é o melhor — contentou-se.
O que ele não sabia é que a classificação do instituto não está relacionada à eficiência energética do produto, mas sim à capacidade que ele tem de aquecer a água.
— Criamos a etiquetagem para mostrar a potência. As letras iniciais do alfabeto mostram que o chuveiro esquenta pouco a água, consequentemente, consumindo menos energia. Os que têm letras maiores, como D e E, fazem com que a água fique mais quente, gerando gastos maiores — explica Marcos Borges, coordenador do Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro.
Consulta pública
Apesar de haver a classificação, os fabricantes não são obrigados a pôr a etiqueta no produto. Borges reconhece que a classificação dos chuveiros ainda é insuficiente. Para melhorar a avaliação, o instituto está tentando avaliar de forma mais minuciosa os modelos disponíveis no mercado.
— Sabemos que muita gente confunde o significado de ter uma letra informando que o chuveiro é mais ou menos potente. Mas estamos estudando os produtos para poder classificá-los quanto à eficiência energética. Em julho, um regulamento sobre o tema vai entrar em consulta pública para começarmos o processo — explica o coordenador.
[ssba-buttons]