Imóveis na região central do Rio já têm o preço da modernização
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O projeto de revitalização Porto Maravilha está em fase inicial, mas o andamento das obras já impacta os preços dos imóveis da Zona Portuária e do Centro do Rio. De acordo com uma pesquisa feita pelo Sindicato de Habitação do Rio (Secovi Rio), em agosto deste ano, o metro quadrado no Centro valorizou 63,57% para a venda, passando de R$ 3.338 para R$ 5.460, na comparação com o mesmo mês em 2010. Quando se fala de aluguel, a variação em igual período foi de 58,32%, com o metro quadrado saltando de R$ 13,94 para R$ 22,07.
Para o vice-presidente de assuntos condominiais do Secovi Rio, Leonardo Schneider, a expectativa é que a área continue crescendo:
— Há um grande investimento público e privado na região, motivado principalmente pela Copa e pelas Olimpíadas. As casas que não são tombadas tendem a valorizar bastante. Daqui a dez anos, teremos ali shoppings, áreas de lazer, restaurantes e muitos prédios. Vai ser uma “Nova Botafogo”.
Quem busca casa para alugar já sofre com o aumento das taxas e a falta de imóveis disponíveis. Depois de muita procura, a enfermeira Roselene Bastos, de 48 anos, encontrou uma quitinete no Bairro de Fátima, no Centro. O aluguel é alto, R$ 960:
— Pagava R$ 600 na Rua do Riachuelo. De repente, o proprietário me pediu o imóvel e comecei minha jornada. O que é mais em conta, às vezes, está em condições ruins ou é um cubículo. Se a quitinete já está cara, imagine que absurdo um apartamento maior.
Objetivo é chegar a cem mil habitantes na Zona Portuária
O objetivo do projeto Porto Maravilha é revitalizar a infraestrutura urbana da Zona Portuária, aliando áreas residenciais, comerciais e turísticas, com obras de grande porte, como a demolição do Elevado da Perimetral para a construção da via Porto Binário.
— O principal viés das obras é a valorização da área. A ideia é que o capital privado comece a se mexer e invista na região — explica o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP) — que é vinculada à Prefeitura do Rio —, Jorge Arraes.
Uma das metas do projeto é a ampliação da população local, de 28 mil para cem mil, em dez anos, mesclando novos e antigos moradores.
Segundo Arraes, o plano inclui um esforço para manter os antigos moradores na região, dando incentivos fiscais:
— Queremos dar condições melhores a essa população. Por isso, vamos conceder incentivos para quem tem interesse em reformar sua casa, incluindo a isenção do IPTU por um período.
A previsão é que o projeto de revitalização seja concluído no final de 2015.
Mas, para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ), Casimiro Vale, já é bom negócio investir na região:
— É um local privilegiado, perto de tudo. O lugar do futuro. Os preços já subiram, mas ele vai valorizar ainda mais.
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