As dores e as delícias de morar sozinho
Extra
Quem mora sozinho sabe a dor e a delícia que é ter uma casa inteira para deitar e rolar a seu bel prazer. Nada como ter toda a liberdade para arrrumar a casa da forma que melhor achar, não é mesmo? No entanto, não ter alguém para ajudar a fazer as compras, dividir os gastos do mês e bater um papo, pode causar alguns “apertos”, em certos momentos. Esse tipo de paradoxo é comum entre os que investem na moradia solo.Mas, cada um encontra um jeito de compensar tanto a falta de companhia como o excesso de contas.
O ator Eduardo Cravo saiu da casa dos pais há quatro anos e chegou a dividir o mesmo teto com amigos. Porém, neste ano, o niteroiense passou a morar sozinho, na subida da Rua Alice. Ao se ver naquele apartamento de dois quartos sem ninguém para discutir a conta de luz e de água e conversar sobre os acontecimentos do dia, um questionamento passou a ser hóspede das suas noites:
– Será que vou conseguir me manter? Será que não vou esquecer de pagar as contas de luz? Será que terei dinheiro para pagar todas as minhas despesas? questiona o ator.
De fato, dúvidas como essas também passaram pela cabeça da sua colega de profissão, a atriz Marília Misailidis, paulista, que mora no Rio sozinha há três anos, sendo um, numa rua charmosa da Urca. Mas, apesar do receio de não conseguir administrar os gastos e tarefas domésticas básicas do dia, a vontade de ter o seu cantinho falou mais alto.
– Acho que temos uma vantagem de poder fazer tudo do nosso jeito sem que negociar com ninguém. Além desta certeza do maior controle, tem-se a garantia de não ter o espaço invadido – diz Marília.
E quando bate a solidão, o que fazer? Marília comprou plantas e adotou uma gatinha. Já a jornalista Flávia Monteiro, que se mudou há poucos meses para um conjugado em Botafogo tem um cardápio de opções: telefona para os amigos, aposta numa meditação ou parte para o bate-papo virtual.
– Acho que hoje em dia é mais fácil entrar em contato com pessoas que não estão presentes no seu dia-a-dia, mas na tela do notebook – acrescenta Flávia.
Mas esse papo de solidão, , não é algo que o trio julgue ser relevante na decisão de morar sozinho. Pelo contrário, acreditam que é uma forma de amadurecer, aprendendo a conviver com o próprio silêncio e manias.
– Não há dinheiro que pague o fato de você poder transitar pela casa despreocupado, da forma que bem entender – brinca Eduardo Cravo.
Com toda a experiência, Eduardo, Flávia e Marília dão algumas dicas para driblar os contratempos de habitar um imóvel sozinho como por exemplo:
– Morar perto de pessoas queridas e prezar pela boa relação com os vizinhos para que possam ajudá-lo em qualquer emergência – sugere Marília Misailidis.
A atriz também recomenda a aprender a separar as roupas por cores e não acumular pequenas bagunças na casa. Flávia faz coro com Marília e acrescenta.
– Evite acumular roupa suja para não virar uma bola de neve.
Ter uma geladeira frost-free, que não exija descongelamento, também é um ponto importante, segundo Marília. Além disso, aconselha fazer uma planilha com as datas de vencimento das contas de luz, gás, internet, telefone e condomínio. Eduardo destaca também a importância de manter os materiais de limpeza longe da despensa para evitar dores de cabeça e “de barriga”.
A partir dessa experiência, Marília acredita que os moradores solitários vão descobrir mais sobre si mesmos e com isso aprender novas formas de lidar com o outro e com o espaço.
No mais, para Eduardo, o importante é acreditar no velho ditato:
– Segura a mão de Deus, e vai…
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