Transformação da Lapa em bairro é esperança de mais infraestrutura para moradores
Extra
Conhecida como o berço da boemia carioca, a Lapa é o mais novo bairro do Rio. Se você acha que não é novidade, saiba que esse importante centro de profusão cultural era, oficialmente, parte do Centro. A situação só mudou no dia 18 de maio, quando o prefeito Eduardo Paes sancionou a Lei 5.407, publicada no Diário Oficial do Município.
Com o novo status, será que, na prática, muda alguma coisa? Subprefeito do Centro, Luiz Claudio Vasques destaca que o valor é mais simbólico:
— O decreto vem demonstrar o quanto e como a prefeitura tem se importado com a região, não só como polo boêmio, mas, principalmente, por sua relevância cultural.
Com o programa Lapa Legal, a área vem sendo revitalizada pela prefeitura desde o ano passado. As intervenções incluem drenagem, pavimentação, acessibilidade, iluminação e mobiliário urbano, e vão até o fim do semestre.
Na Lapa há 15 anos, o produtor cultural Virgílio de Souza, de 55 anos, diz que o bairro precisa de organização:
— A maior vantagem de morar aqui é a facilidade de locomoção. Fora isso, é muita bagunça. No fim de semana, não consigo nem entrar na minha rua de carro.
Depoimentos
Sidney Ferreira, 80 anos, aposentado:
— Vivo na Lapa há 50 anos. Já morei nas ruas do Riachuelo, dos Inválidos e estou há 20 anos na do Lavradio. A região sempre teve muito glamour. Mas, antigamente, morar aqui era mais gostoso. Tínhamos prazer em andar de bonde e as pessoas se respeitavam mais. A maioria dos moradores era da periferia. Com o tempo, veio para cá muita gente com melhor poder aquisitivo. Virando bairro, acho que o prefeito deve cuidar dos imóveis antigos, que não foram conservados ao longo da história.
Marcia Soares, 32 anos, publicitária:
— Moro no Cores da Lapa desde 2009. Na época, queria comprar um apartamento aqui, mas fiquei com medo, porque a região era muito desvalorizada. Só que acabei alugando meu apartamento no Flamengo para vir para cá. Hoje, pago, em média, R$ 1.800 de aluguel num dois quartos. Valeu a pena! Vou para o trabalho e para a faculdade a pé e tenho comércio por perto, além de um polo gastronômico. Comparo a área à Zona Sul. Acho que, como bairro, a tendência é melhorar.
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