Lixo no carnaval
O carnaval está chegando, e, além da alegria e festa de sobra, certas preocupações atingem algumas pessoas e, entre elas, está o lixo produzido e descartado durante esse período. Resolvemos trazer esse tema no post de hoje, com informações sobre esse assunto, para evitar o acúmulo de sujeira na cidade e suas consequências.
Como muitas (muuuitas!) pessoas escolhem a rua como local de diversão durante o carnaval, com os blocos, bailes e outros eventos, o consumo de bebidas e alimentos, a maioria em embalagens descartáveis (latas de refrigerante e cerveja, garrafas de água, guardanapos etc.), acaba gerando toneladas de lixo.
Esse acúmulo agrava a situações dos lixões e aterros, além de, antes disso, deixar a cidade suja por algum tempo, pois os responsáveis pela limpeza não conseguem dar conta de uma enorme quantidade de lixo em vários pontos da cidade, por diversos dias seguidos.
Sem falar nos alagamentos e enchentes que podem surgir, pois os bueiros não conseguem escoar a água como deveriam, estando entupidos, justamente pelo acúmulo de lixo. E, pra ficar pior, o acúmulo atrai animais, como ratos e baratas, além de ajudar a formar focos de proliferação de mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.
Em 2015, a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro) recolheu 1.129,84 toneladas de lixo nas ruas da Cidade Maravilhosa, em quatro dias de festa. Os blocos ultrapassaram os desfiles na Marquês de Sapucaí nos resíduos descartados: 639,54 toneladas contra 465,79 (desfiles).
Se esses números já impressionam, preste atenção nos de Salvador (BA): também em 2015, a Limpurb (empresa de Limpeza Urbana de Salvador) recolheu quase duas mil toneladas de lixo durante a festa. Para limpar as ruas de Salvador, só no primeiro dia de Carnaval, foram utilizados 250 mil litros de água e 520 mil de sabão.
Tudo isso sem contar no lixo que acaba indo para o mar, descartado nas praias. A ONG Global Garbage postou, em 2010, fotos do fundo do mar de Salvador, dez dias após o término do carnaval: foram encontrados mais de 1,5 mil latas e garrafas, além de pedaços de abadás e outros objetos. Por essas e outras razões, o projeto “Fundo da Folia” recolhe, do fundo do mar de Salvador, lixo descartado indevidamente.
Voltando ao Rio de Janeiro, o mês de carnaval chega a ter 10% a mais de lixo que a média dos outros onze meses do ano, segundo a Comlurb. Por isso, para quem vai curtir o carnaval de rua, estar consciente de suas ações e das consequências delas é fundamental, e atitudes muito simples podem ser tomadas por todos.
Algumas medidas ajudam a diminuir a quantidade de lixo, como levar uma garrafinha com água quando for pra rua e sua própria caneca ou copo de plástico para utilizar durante a folia, diminuindo o consumo dos descartáveis. Porém, além de diminuir a produção de lixo, é essencial jogá-lo no local adequado.
Na realidade, pequenas atitudes devem ser praticadas por todos, independente da época do ano, mas, principalmente, quando há muita concentração de pessoas e produção de dejetos nas ruas. Elas não atrapalham ninguém e ajudam muito. Não custa nada segurar uma latinha ou outro lixo até encontrar uma lixeira ou catador, ao invés de despejá-la no chão ou em qualquer lugar indevido.
No Rio, o programa “Lixo Zero” fiscaliza os maiores e mais importantes blocos. Caso o folião seja pego em flagrante ao jogar lixo nas ruas, pode tomar uma multa de R$ 185,00. Se for pego urinando em via pública, o prejuízo é ainda maior, e ele terá que desembolsar R$ 510,00 pela penalidade.
Então, é bom ficar ligado e, além de não dar sorte pro azar e poder ter que pagar uma multa salgada, ter consciência da importância da atitude de cada um, nesse problema que é responsabilidade de todos, afetando o bem-estar da população. Bom carnaval, divirta-se e jogue o lixo no lixo! 😉
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