City Ribeirão cria condomínio virtual contra furtos e roubos

Um projeto de segurança desenvolvido e implantado por moradores da City Ribeirão tem trazido mais tranquilidade para o bairro da zona Sul de Ribeirão Preto. O chamado Condomínio Virtual reúne 150 câmeras inteligentes com tecnologia capaz de pesquisar placas e denunciar aos próprios moradores a movimentação de pessoas suspeitas no bairro. 

Equipamentos instalados em junho do ano passado já apontam resultados positivos (leia mais abaixo) e são aposta para transformar aquela região da cidade numa ilha de segurança. No total, o bairro é vigiado por 350 câmeras, semelhante a um Big Brother.

Pioneiro na cidade e região, como afirmam os responsáveis, o programa de pega-placa foi batizado com o nome de Jack Bauer, personagem de uma série da TV americana, e registra aproximadamente 60 mil veículos por dia na City.

“A câmera recebeu um software e envia mensagem para análise dos dados do veículo no Sinesp [Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do Ministério da Justiça]. Um mapa na tela do celular mostra o ponto exato do carro, que é enviado para a Polícia Militar em caso de suspeita”, explica um morador, de 44 anos, ligado diretamente ao Condomínio Virtual e que pediu para não ser identificado.

O presidente da Sociedade Amigos da City Ribeirão (Sacy), Luiz Gonzaga Fenólio, 63, diz que já colhe resultados expressivos no combate à criminalidade.

Pelos dados apresentados por ele, houve queda de 100% nos casos de furto de veículo no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, quando ainda não havia o Condomínio Virtual.

“Eu não tenho dúvida que é um exemplo de sucesso a favor da Segurança Pública. É uma ferramenta extraordinária. O recurso tecnológico tem sido muito positivo. Nós temos grupo no WhatsApp, que é uma outra ferramenta sendo adequadamente utilizada. São quatro setores divididos no bairro na fase do Condomínio Virtual para facilitar a integração dos moradores, o monitoramento e a solução de eventuais problemas”, destaca.

Imagem com qualidade 

As câmeras inteligentes chegaram a flagrar recentemente a placa adulterada de uma moto com duas pessoas suspeitas.

Devido à qualidade da imagem foi possível identificar a adulteração com fita isolante, identificar a real placa do veículo e chegara ao proprietário.

O caso, segundo relato de moradores, já está sendo investigado pela polícia.

Outro suspeito de roubar um par de tênis de uma pessoa em uma rua do bairro também foi identificado por meio das imagens, que registraram uma tatuagem em seu corpo.
Controle na palma da mão 

O morador que ajudou a desenvolver o sistema de câmeras pega-placa conta que recebe os alertas por meio do celular e que não é necessário manter uma base de monitoramento.

“Quando um veículo fica circulando pelo bairro, passa por uma quantidade pré-determinada de câmeras, gera o alerta e nós começamos a acompanhar a movimentação. Em 2014, não podíamos sair na frente de casa por conta da violência. Hoje, a gente tem um sistema inovador: nós fizemos um condomínio virtual. Tudo é gravado na nuvem, com um robô rodando pelo celular”, explica.

Em um banco de dados há um cadastro das placas dos veículos dos moradores para que as câmeras não gerem o alerta.

“Nossa intenção é trabalhar com prevenção e conseguimos ajudar no trabalho da polícia. De qualquer forma, a gente chega ao bandido”, afirma o morador.

Parceria com a polícia 

O capitão da PM (Polícia Militar) Cícero Santos, responsável pelo patrulhamento na City Ribeirão, vê como essencial a integração da corporação com os moradores.

O PM lembra a implantação, em 2014, do programa Vizinhança Solidária, depois de verificar altos índices de criminalidade no bairro.

“A partir do momento que você tem uma redução do índice criminal quando tem o mesmo número de efetivo, eu vejo que é uma inovação e que deu certo. Depois desse case de sucesso, a gente está tentado levar para outros bairros”, comenta.

O capitão explica que a Polícia Militar recebe as informações de um suspeito por contato de WhatsApp de moradores da City. Por meio do telefone 190, outras viaturas também são avisadas da ocorrência.

“É melhor atuar na prevenção quando a viatura aborda, com toda a cautela, do que deixar o crime acontecer”, diz o policial.

O capitão ainda ressalta o emprego da tecnologia no combate ao crime e a colaboração dos moradores.

“Hoje, temos crescimento populacional e o efetivo se mantém o mesmo. A população passa a ser os olhos da polícia e isso ajuda na prevenção. O crime não vai deixar de existir e a tecnologia é muito importante, pois ocupa um espaço maior de monitoramento. Substitui o homem naquela localidade”, comenta.

A rua onde tudo começou 

A rua Manoel Abrahão foi a primeira do bairro City Ribeirão a receber o monitoramento por câmeras há quase quatro anos.

A moradora Vânia Regina de Vasconcelos Reis e Silva, 61, lembra dias difíceis e de bastante incerteza quanto à segurança de sua família.

“Quase todas as casas aqui da rua haviam sido furtadas. A partir de 2014, teve a implantação das câmeras, mas ainda teve um episódio rápido de uma tentativa de furto, e depois disso não houve mais nenhum crime dentro desta rua, graças a Deus. Hoje, as crianças vêm da escola a pé, tranquilamente”, comemora.

Investir é preciso 

Para a implantação do Condomínio Virtual, 30% dos moradores pagaram aproximadamente R$ 300, dinheiro empregado na compra e instalação dos equipamentos.

Não há pagamento de mensalidade pela vigilância virtual. É preciso lembrar, porém, que o custo foi menor do que o encontrado no mercado, porque a tecnologia agregada às câmeras foi desenvolvida por moradores do bairro.

“É uma história muito positiva de colheita de muitos bons frutos”, afirma Luiz Fenólio, da Sacy.

Mercado aposta em câmeras com mais qualidade de imagem 

O mercado de segurança eletrônica tem assistido a uma evolução na qualidade das imagens captadas pelas câmeras de segurança e também de sensores.

O empresário do ramo da segurança eletrônica Jorge Luiz Rosário, de 54 anos, cita que as tecnologias já existentes têm passado por melhorias, como no caso das câmeras.

“Existem os aventureiros nesta área da segurança, mas as ferramentas acabam sendo as mesmas. O que se percebe é uma melhora na tecnologia do que já existe. No caso das câmeras em HD, dá para identificar as pessoas e a placa de um carro, por exemplo, o que nos equipamentos convencionais não era possível”, explica o profissional, que atua há 30 anos no mercado de Ribeirão Preto e região.

Outro avanço foi na gravação dessas imagens, com sensores que registram apenas quando há algo em movimento e evita o consumo de espaço na memória do computador.

“Sensores de alarme antes utilizados apenas em ambientes internos passaram a ser mais inteligentes e podem ser colocados em áreas externas também, já que conseguem distinguir o movimento de uma pessoa caminhando de algo estático, mas que também pode conter partes que se movem como, por exemplo, uma árvore”, diz.

O empresário Jean Nascimento, 32, conta que o Brasil já produz esses equipamentos, antes encontrados somente por meio de importação. Ele atua há 22 anos no segmento de segurança eletrônica em Ribeirão.

“Com o dólar alto, a produção aqui implica em custos menores para o consumidor”, explica.

Ele também afirma que o avanço tecnológico tem sido um forte aliado do trabalho das empresas de segurança.

“Com até R$ 200, hoje o cliente consegue adquirir uma câmera com boa qualidade que pode até produzir provas para ajudar na investigação de um crime”, finaliza.

Fonte: Acidadeon

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