“Minha Casa” eleva procura e os preços de terrenos nas periferias das cidades

O programa habitacional do Governo “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) está valorizando os preços dos terrenos em regiões periféricas de grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. A falta de espaço nas regiões centrais, a busca pelos compradores de baixa renda e a possibilidade de ampliar a infraestrutura para regiões que ainda estão carentes delas explicam o aumento da procura desses locais e a elevação do preço.

Para o vice-presidente de Assuntos Condominiais do Secovi Rio (Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro), Leonardo Conde Villar Schneider, o programa aqueceu o mercado imobiliário. “O que gerou um aumento de preço, de demanda, da procura por imóveis”, afirma. A facilidade de financiar a casa própria por meio do MCMV atraiu os brasileiros das classes D e E e é um dos motivos que aumentou a procura por terrenos em regiões de periferia.

No Rio de Janeiro, Schneider explica que esse público influenciou as construtoras a investirem nessas regiões. “Antes, você não tinha lançamentos na periferia, com o ‘Minha Casa, Minha Vida’, passou a ter”. E essa procura elevou de 30% a 40% o valor dos terrenos da periferia carioca nos últimos 15 meses, contabiliza Schneider.

Em São Paulo também é possível verificar aumento nos valores dos terrenos nas regiões periféricas após o lançamento do programa habitacional. “Esses terrenos eram abandonados, sujeitos até a invasões clandestinas. Hoje tem um pouco mais de demanda”, analisa o presidente do Secovi-SP, João Crestana. Apesar disso, ele acredita que o aumento não permite ainda comparações com as regiões mais centrais da capital paulista.

Lançamentos na periferia

Para Crestana, essa busca por terrenos nas regiões periféricas é uma tendência nociva à cidade. Ele explica que essa descentralização da moradia não caminha ao lado da concepção de uma cidade moderna – compacta e construída em torno de uma estrutura já existente. Contudo, o presidente do sindicato acredita que existem muitas restrições jurídicas que impedem as construtoras de absorverem a estrutura residencial existente para promover a moradia perto do local de trabalho da população.

“As únicas oportunidades de construir na cidade é na periferia, porque hoje é difícil de se construir no centro, por conta da Lei de Zoneamento e do Plano Diretor”, afirma. “É uma periferização e isso é péssimo para a cidade porque vai agravar a situação de muita gente que tem de ir para o centro”, acredita Crestana.

Ele ressalta que de nada adianta novas residências em áreas com pouca infraestrura. “Nas regiões centrais existe excesso de infraestrutura – são 40 oportunidades de emprego para cada oportunidade de habitação. Em zonas periféricas, são 20 unidades de habitação para uma de emprego”, analisa. “Seria muito mais razoável criarmos emprego, empresas, escritórios, pequenas fábricas não poluentes na periferia para dar emprego para as pessoas que moram lá. E criar no centro habitações, para que as pessoas morem perto de onde trabalham”.

No Rio de Janeiro, Schneider vê com bons olhos a chegada dos lançamentos à periferia. “São opções boas de moradia”, diz. “Antes, eram bairros tradicionais, com terrenos e custos interessantes, preços interessantes, e que não eram contemplados pelo mercado de construção”. Com isso, ele já vê uma descentralização da moradia, dando mais opção ao carioca.

Fonte: Infomoney

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